

BELO HORIZONTE – Aumento do número de consultas com especialistas em otorrinolaringologia em unidades de alta complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS/MG), incluindo avaliação e exames médicos, seleção e adaptação criteriosa de aparelhos auditivos no paciente, além de reabilitação por meio de Fonoterapia com fonoaudiólogo. Estas são as principais ações que vão nortear a Rede de Saúde Auditiva, que está sendo criada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), em Minas Gerais. A Rede Auditiva vai contar com 13 unidades de atendimento no Estado, distribuídas entre as cidades pólo das macrorregiões, e irá oferecer à população tratamento e aparelhos de audição gratuitos, financiados pelo SUS.
Segundo o coordenador de Atenção à Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência da SES, Marcílio Magalhães, de cada mil crianças que nascem no Estado, de três a seis apresentam algum tipo de déficit auditivo. De acordo com ele, a criação da Rede Auditiva tem como base três portarias (2073/2004, 587/2004 e 589/2004) do Ministério da Saúde, que definem a nova política nacional de saúde auditiva; os critérios e as condições do atendimento ambulatorial do portador de deficiência auditiva. “A rede visa garantir o tratamento multidisciplinar da deficiência auditiva, envolvendo a atenção básica, o médico especialista e o acompanhamento com o fonoaudiólogo, possibilitando a reabilitação plena do paciente. O tratamento auditivo é muito complexo e exige exames e equipamentos mais sofisticados para diagnóstico e tratamento corretos”, afirma.
A Rede Auditiva vai disponibilizar 224 consultas gerais com médicos otorrinolaringologistas nas unidades de saúde, ampliando a quantidade de ofertas de consultas gerais. Também vai manter um cadastro com informações detalhadas de todos os pacientes, incluindo a avaliação auditiva inicial, as condutas utilizadas para o tratamento, o tipo de aparelho selecionado, resultados obtidos com o aparelho selecionado, ganhos de inserção, desconforto, acompanhamento e tempo de uso do aparelho. Os dados servirão para fazer uma avaliação do programa e para redefinir novas políticas de assistência e práticas em função dos resultados.
A criação da Rede possibilitará ao SUS cerca de 60 atendimentos por mês (média complexidade) e 100 atendimentos por mês (alta complexidade). Atualmente, o Hospital das Clínicas, em Belo Horizonte, é o único credenciado no SUS-MG para esse tipo de atendimento, mas não suporta a demanda de todo o Estado. “O sistema ainda não está funcionando com sua plena capacidade.
Muitas pessoas ainda se deslocam de suas cidades para consultar na capital e acabam não fazendo o acompanhamento ou a reabilitação que, neste caso, é essencial para o tratamento. Com a constituição da Rede, os municípios terão todas as condições de atender e oferecer uma reabilitação mais próxima da casa do paciente”, enfatiza Marcílio Magalhães.
A Comissão Intergestora Bipartite (CIB), formada por representantes da Secretaria Estadual de Saúde e secretarias municipais de Saúde, está conduzindo o processo de credenciamento das unidades prestadoras de serviço no Estado. O Ministério da Saúde vai enviar um representante para visitar cada unidade prestadora e fazer uma avaliação das condições de atendimento e tratamento do local. A previsão é de que em até cinco meses o processo em todo Estado esteja concluído.
Fonte: Secretaria de Estado de Governo